c. A época de Medina

Quando as torturas dos pagãos tornaram-se insuportáveis, o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos estejam com ele) disse a seus Companheiros para secretamente migrar. Os pagãos, descobriram isso, e planejaram o assassinato de nosso mestre, o Profeta que foi deixado sozinho. Um jovem de cada tribo foi selecionado e todos iriam atacá-lo ao mesmo tempo. Assim, quando os parentes do Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos estejam com ele) pedissem indenização, eles teriam que enfrentar todas as tribos. Naquele período, Allah Todo-Poderoso, ordenou ao nosso Profeta que migrasse. O Mensageiro de Allah chamou Ali (que Allah esteja satisfeito com ele) e deixou ele como seu agente para entregar as coisas de valor que haviam sido confiadas a ele para seus donos. Como já mencionado, qualquer um que possuía bens valiosos confiava ao Mensageiro de Allah, porque sabiam d sua lealdade e confiabilidade.[1]

Naquela noite, os pagãos partiram para o assassinato e cercaram a casa do Profeta, mas eles adormeceram. O Profeta (que a paz e as bênçãos estejam com ele) polvilhou um punhado de poeira sobre eles e suavemente passou por eles recitando os primeiros versos da nobre sura Yasin do Quran. Nenhum deles foi capaz de vê-lo.

Depois que o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos estejam com ele) migrou para Medina, após 13 anos de incansável esforço para guiar as pessoas para o caminho reto. Ele fez os muçulmanos de Medina, os Ansar, irmãos dos imigrantes de Meca, os Muhajirin. Os Ansar abriram suas portas para seus irmãos Muhajirin, dizendo: “Aqui é minha propriedade, metade dela é sua!” Em resposta, os Muhajirin cujos corações foram transformados em um tesouro de contentamento foram capazes de mostrar a maturidade de dizer: “Que os seus bens e as propriedades sejam abençoadas, Ó meu irmão! Basta que vocês só nos mostrem o caminho para o mercado. “ [2]

O Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos estejam com ele) preparou uma constituição que determinava direitos e deveres mútuos no novo estado Islâmico dos Muhajirin, Ansar e judeus que viviam naquela época em Medina. Esta foi à primeira constituição escrita na história da humanidade.[3]

As batalhas no inicio da história islâmica ocorreram porque alguns pagãos mostraram aberta animosidade contra os muçulmanos, além deles frequentemente violarem os acordos firmados com o Profeta. O Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos estejam com ele) que foi enviado como misericórdia aos mundos, seguiu essa política em todas as operações militares, apesar de ele haver conquistado quase toda a Península Arábica, ele não permitiu nenhum derramamento de sangue em qualquer situação. Ele preferiu cuidar de todos os assuntos pessoalmente e estabelecer acordos.

O Profeta participou de 29 expedições militares. Em 16 delas não houveram embates físicos e acordos foram firmados entre ambas as partes. Em 13 expedições foi necessário partir para o combate físico.  Um total de 140 muçulmanos se tornaram mártires e em torno de 335 pessoas morreram dos exércitos adversários.[4]

O principal propósito da guerra no Islam não é matar pessoas, obter despojos de guerra, causar danos a terra, obter benefícios pessoais e ganhos materiais ou tomar vinganças. Pelo contrário, o objetivo é remover a opressão, estabelecer a liberdade de crença, levar as pessoas para o caminho reto, e remover todos os tipos de injustiças.



[1].      Ibn-i Hishâm, II, 95, 98.

 

[2].      Bukhari, Büyû, 1.

 

[3].      M. Hamîdullah, The First Written Constitution in the World, Lahore 1975.

 

[4].      Prof. Dr. M. Hamidullah, Hz. Peygamber’in Savaşları (The Battles of HE the Prophet), Istanbul 1991; Dr. Elşad Mahmudov, Sebep ve Sonuçları Itibâriyle Hazret-I Peygamber’in Savaşları (The Battles of HE Prophet in terms of their Reasons and Results , 2005, M.Ü.S.B.E. Basılmamış Doktora Tezi (Marmara University, dicertação de doutorado sem publicação).

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